Camisa de 11 Varas/Exposição

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Rogério Fernandes nos convida através deste trabalho inédito dentro das Unidades de Internação para Menores Infratores (Fundação Casa/SP), onde fotografias de adolescentes dentro da instituição dialogam com imagens do acervo autoral do artista, trabalho delicado, e sensível do cotidiano nas mais variadas comunidades marginalizadas, de favelas, comunidades quilombolas a comunidades ribeirinhas do Amazonas.
Uma narrativa nada direta, nada óbvia, obriga-nos ao exercício de preencher as provocativas lacunas apresentadas, levando à reflexão sobre a multiplicidade de possibilidades guardada em cada indivíduo.

A exposição “Camisa de 11 Varas” lança luz sobre uma questão central da sociedade brasileira contemporânea: que caminhos possíveis existem, realmente, para os nossos jovens?
Convidado a percorrer as unidades de internação e de internação provisória da Fundação Casa junto com a equipe do projeto Educação com Arte, o fotógrafo Rogério Fernandes fez mais do que um registro das oficinas lá realizadas. Rogério supreendeu-nos ao revelar seu olhar autoral com grande sensibilidade e profundo entendimento das questões latentes no universo em que imergimos. Surpresa coerente
com a postura que o projeto procura ter em relação à prática cultural oferecida aos adolescentes privados de liberdade: abrir horizontes, esboçar futuros possíveis, imaginar novas maneiras de estar no mundo.
As imagens selecionadas colocadas em diálogo, expandem-se no tempo implicando a imaginação do observador.
O que terá levado tão distintos potenciais a um destino comum? E esse destino, para onde os levará? As imagens têm uma contundência que nos lembra o quão urgente o problema é. E o quanto nosso cotidiano está construído para que o esqueçamos.
(Texto Clara Cecchini do Prado)

Camisa de 11 Varas

O dito popular “estar em camisa de onze varas” ou ” ele se meteu em camisa de onze varas” indica dificuldade grande em que alguém se mete e de que é difícil ou impossível sair.

Vara é uma medida antiga de comprimento , equivalente a 1,10 m. Na Inglaterra por volta do século XIX era costume fazer os condenados a morte vestirem uma camisa de pano branco, de onze varas. Com a vestimenta eles iam da prisão ao local da forca em marcha lenta, dando a entender aos que viam que estavam passando por dificuldade que não sairiam. O costume passou mais tarde a outros países da Europa e as camisas de onze varas foram por muito tempo vestimenta de presidiários. Eram então as vestes de quem se achava em dificuldades com a lei.

Vara também é uma jurisdição forense. Segundo alguns historiadores, os magistrados na Inglaterra traziam numa das mãos uma varinha, símbolo de autoridade. Não tardou para que o povo chamasse Vara a repartição em que trabalhava um magistrado.
ConviteExpo
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